ABBAGNANO - anotações de leitura
ABBAGNANO, Nicola, 1901-1990. Dicionário de filosofia. 6a. ed.- São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012.
p.20 - AFORISMO. Proposição que exprime de maneira sucinta uma verdade, uma regra ou uma máxima concernente à vida prática.
p.22 - AGNOIOLOGIA. Palavra introduzida por J.F. FERRIER (1808 - 1864) Filósofo escocês. em 1856, por oposição a Epistemologia, também de sua autoria, que é o estudo do conhecimento.
p.35 - ALÓGICO. O que é desprovido de razão ou não se pode exprimir ou explicar racionalmente: o mesmo que irracional.
p. 37 - AMIGO – INIMIGO
Nota pessoal: para
quem se dedica à discussão sobre partidos, políticos e suas preferências,
sugiro ler quem entendeu do assunto, para esclarecer.
Binômio utilizado por Carl Schmidt (1888 –
1985) Filósofo e político alemão, para definir o âmbito da política, que é
estruturalmente conflituoso por pressupor a distinção entre os que pertencem ao
grupo em que nos situamos e os que não pertencem. “Inimigo não é o concorrente
ou o adversário em geral. Não é tampouco o adversário pessoal que nos odeia com
base em sentimentos de antipatia. Inimigo é apenas um conjunto de homens [...]
que se opõe a outro agrupamento do mesmo gênero”.
p.92 - ARREPENDIMENTO. O angustiante reconhecimento da culpa.
p. 101 - ATITUDE. Termo amplamente empregado hoje em dia em filosofia, sociologia e psicologia para indicar, em geral, a orientação seletiva e ativa do homem em face de uma situação ou de um problema qualquer.
p.497 - FANATISMO: a certeza de quem fala em nome de um princípio absoluto e, portanto, pretende que suas palavras também sejam absolutas.
P. 534 - IGNORÂNCIA (lat. Ignorantia).Imperfeição do conhecimento, mais precisamente a deficiência, inseparável do saber humano e devida às limitações do homem.
p. 682 - Objeto da ética, conduta dirigida ou disciplinada por normas.
Atinente à conduta e, portanto, suscetível de avaliação MORAL,
especialmente de avaliação MORAL positiva. Assim, não só se fala de atitude MORAL
para indicar uma atitude moralmente vaporável, mas também coisas positivamente
valoráveis, ou seja, boas.
ABBAGNANO, Dicionário de Filosofia, p.682
PERSONALIDADE: Condição ou modo de ser da pessoa.
É a organização que a pessoa imprime à multiplicidade de
relações que a constituem.
H. J. Eysenck:
"Personalidade
é a organização mais ou menos estável e duradoura do caráter, do temperamento,
do intelecto e do físico de uma pessoa: organização que determina sua adaptação
total ao ambiente.
Caráter designa o sistema de comportamento conativo
(vontade) mais ou menos estável e duradouro da pessoa.
Temperamento designa seu sistema mais ou menos
estável e duradouro de comportamento afetivo (emoção);
Intelecto, seu sistema mais ou menos estável e
duradouro de comportamento cognitivo (inteligência);
Físico, seu sistema mais ou menos estável e duradouro
de configuração corpórea e de dotação neuro-endócrina" ('lhe Structure of
Human Personality, 1953, p. 2).
Referência:
ABBAGNANO, Nicola, 1901-1990. Dicionário de
filosofia. 6a. ed.- São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012. p.882
PESSOA. No sentido mais comum do termo, o homem em
suas relações com o mundo ou consigo mesmo. No sentido mais geral, um sujeito
de relações.
É possível distinguir as seguintes fases desse conceito:
I ª. função e relação-substância;
2ª. autor relação (relação consigo mesmo);
3ª. heterorrelação (relação com o mundo).
NICOLA ABBAGNANO,2012. p.888
PARA UM MAIS AMPLO ENTENDIMENTO DO
ASSÉDIO MORAL
Anotação – LCM: Consciência = Alma =
Psiquê.
CONSCIÊNCIA. Em
geral, a possibilidade de dar atenção aos próprios modos de ser e às próprias
ações, bem como de exprimi-los com a linguagem. Essa possibilidade é a única
base de fato sobre a qual foi edificada a noção filosófica de CONSCIÊNCIA.
Platão e Aristóteles, que não tiveram este segundo conceito, conheceram e
descreveram o primeiro.
O uso filosófico desse termo
tem pouco ou nada a ver com o significado comum
de estar ciente dos próprios estados, percepções, idéias, sentimentos,
volições, etc, quando se diz que um homem "está consciente" ou
"tem CONSCIÊNCIA", se não está dormindo, desmaiado, nem afastado, por
outros acontecimentos, da atenção a seus modos de ser e a suas ações.
O significado que esse termo
tem na filosofia moderna e contemporânea, embora pressuponha genericamente essa
acepção comum, é muito mais complexo: é o de uma relação da alma consigo mesma,
de uma relação intrínseca ao homem, "interior" ou "espiritual",
pela qual ele pode conhecer-se de modo imediato e privilegiado e por isso
julgar-se de forma segura e infalível. Trata-se, portanto, de uma noção em que
o aspecto moral— a possibilidade de autojulgar-se — tem conexões estreitas com
o aspecto teórico, a possibilidade de conhecer-se de modo direto e infalível.
p.217
HÁBITO. O
mesmo que COSTUME. Em geral, a repetição constante de um acontecimento ou de um
comportamento, devido a um mecanismo de qualquer gênero (físico, fisiológico,
biológico, social, etc.)
Na maioria das vezes, esse
mecanismo se forma por meio da repetição dos atos ou dos comportamentos e,
portanto, no caso de acontecimentos humanos, por meio do exercício. Diz-se que
"as coisas habitualmente acontecem assim" para indicar qualquer
uniformidade nos acontecimentos, mesmo não humanos, conquanto não seja uma
uniformidade rigorosa e absoluta, mas apenas aproximada e relativa, contudo,
capaz de permitir uma previsão provável. Nesse sentido Aristóteles escreveu
(Retórica., I, 10, 1369b 6): "Faz-se por hábito aquilo que se faz por se
ter feito muitas vezes", e acrescenta que "O hábito é, de certa
forma, muito semelhante à natureza, já que 'frequentemente' e 'sempre' são
próximos: a natureza é daquilo que é sempre; o hábito é daquilo que é frequentemente"
(Ibid., I, 11, 1 370a 7). Com isso Aristóteles viu no hábito uma espécie de
mecanismo análogo aos mecanismos naturais, que garante, de certa forma, a
repetição uniforme dos fatos, atos ou comportamentos, eliminando ou reduzindo
nestes últimos o esforço e o trabalho, tornando-os, assim, agradáveis.
É preciso distinguir o
significado deste termo do significado de costume, com o qual é frequentemente
confundido. Significa uma disposição constante ou relativamente constante para
ser ou agir de certo modo. P. ex., o "hábito de dizer a verdade" é a
disposição deliberada, neste caso um compromisso moral de dizer a verdade. É
coisa bem diferente do "costume de dizer a verdade", que implicaria o
mecanismo de repetir frequentemente essa ação. Assim, "o hábito de
levantar-se cedo pela manhã" é uma espécie de compromisso que pode
representar esforço e sofrimento; "o costume de levantar-se cedo pela
manhã" não representa esforço algum, porque é um mecanismo rotineiro. Essa
palavra foi introduzida na linguagem filosófica por Aristóteles (Metafísica.,
V, 20, 1022b, 10), que a definiu como "uma disposição para estar bem ou
mal disposto em relação a alguma coisa, tanto em relação a si mesmo quanto a
outra coisa; p. ex., a saúde é um hábito, porque é uma dessas
disposições". Nesse sentido, Aristóteles julga que a virtude é um hábito,
por não ser "emoção" (como a cupidez, a ira, o medo, etc), nem
"potência", como seria a tendência à ira, do sofrimento, à piedade,
etc. A virtude é, antes, a disposição para enfrentar, bem ou mal, emoções e
potências; p. ex., dobrar-se aos impulsos da ira ou moderá-los (Ética a
Nicômaco, II, 5). O mesmo significado é retomado por S. Tomás, que o expõe da
seguinte maneira (Contra Gent., IV, 77): "O hábito difere da potência
porque não nos capacita a fazer alguma coisa, mas torna-nos hábeis ou inábeis
para agir bem ou mal". Esse conceito manteve-se praticamente inalterado
até nossos dias. Dewey assim o expõe: "A espécie de atividade humana que é
influenciada pela atividade precedente e, neste sentido, é adquirida; que
contém em si certa ordem ou certa sistematização dos menores elementos da ação;
que é projetante, dinâmica em qualidade, pronta para a manifestação aberta; e
que é atuante em qualquer forma subordinada e oculta, mesmo quando não é
atividade obviamente dominante. Hábito, mesmo em seu emprego ordinário, é o
termo que denota mais esses fatos do que qualquer outra palavra" (Human
Nature and Conduct, 1921, pp. 40-41). Dewey achava que os termos
"atitude" e "disposição" também eram apropriados a esse
conceito; na verdade, estes dois últimos termos são usados com mais frequência
que hábito e com significados muito semelhantes
p.575 – 577
LEI. Uma
regra dotada de necessidade, entendendo-se por necessidade: 1º -
impossibilidade (ou improbabilidade) de que a coisa aconteça de outra forma; ou
2ª. uma força que garanta a realização da regra.
A noção de LEI é distinta da
noção de regra e de norma.
A regra (que é termo
generalíssimo) pode ser isenta de necessidade; são regras não só as LEIS
naturais ou as normas jurídicas, mas também as prescrições da arte ou da
técnica.
Norma é uma
regra que concerne apenas às ações humanas e não tem por si valor necessitante:
portanto não são normas as leis naturais e as regras técnicas, e as normas, p.
ex. de natureza moral, não são coercitivas como as leis jurídicas. Desse ponto
de vista, há apenas duas espécies de LEIS: as LEIS naturais e as LEIS
jurídicas.
p.694
LEGALIDADE
Conformidade de uma ação à lei. Kant distinguiu a Legalidade. assim entendida
da moralidade propriamente dita: "A conformidade ou desconformidade pura
de uma ação em relação à lei, sem referência ao móbil da ação, denomina-se Legalidade
(conformidade à lei); quando, porém, a idéia do dever derivada da lei é ao
mesmo tempo móbil da ação, tem-se a moralidade (doutrina moral)". Com
forma mais atenuada, essa distinção fora introduzida por S. Tomás, para
distinguir a norma jurídica da norma moral.
p.693
MORAL (lat.
Moralia).
1. O mesmo que Ética.
2. Objeto da ética, conduta
dirigida ou disciplinada por normas, conjunto dos mores. Neste significado, a
palavra é usada nas seguintes expressões: "M. dos primitiveis",
"M. contemporânea", etc.
MORAL (lat.
Moralis). Este adjetivo tem, em primeiro lugar, os dois significados
correspondentes aos do substantivo moral:
1° atinente à doutrina ética,
2º atinente à conduta e, portanto, suscetível de
avaliação Moral, especialmente de avaliação Moral positiva. Assim, não só se
fala de atitude Moral para indicar uma atitude moralmente valorável, mas também
coisas positivamente valoráveis, ou seja, boas. Em inglês, francês e italiano,
esse adjetivo depois passou a ter o significado genérico de “espiritual",
que ainda conserva em certas expressões.
MORALIDADE. Caráter
do que se conforma às normas morais. Kant contrapôs a Moralidade à legalidade.
A última é a simples concordância ou discordância de uma ação em relação à lei
moral, sem considerar o móvel da ação. A Moralidade, ao contrário, consiste em
assumir como móvel de ação a idéia de dever. No sentido hegeliano, a Moralidade
distingue-se da eticidade por ser a "vontade subjetiva", ou seja,
individual e desprovida de bem, enquanto a eticidade é a realização do bem em
instituições históricas que o garantam. Moralidade e eticidade estão entre si
como o finito e o infinito: isso significa que a eticidade é a
"verdade" da Moralidade, do mesmo modo como o infinito o é do finito.
MORALISMO. 1.
Doutrina que vê na atividade moral a chave para a interpretação de toda a
realidade. 2. Na linguagem comum e cada vez mais na filosófica, esse termo
designa a atitude de quem se compraz em moralizar sobre todas as coisas, sem
tentar compreender as situações sobre as quais expressa o juízo moral. Nesse
sentido, o Moralismo é um formalismo ou conformismo moral que tem pouca
substância humana.
p.795
referência:
ABBAGNANO, Nicola,
1901-1990. Dicionário de filosofia. 6a. ed.- São Paulo: Editora WMF Martins
Fontes, 2012.
Seu ensinamento fundamental é a eliminação da oposição —
típica do budismo — entre o mundo das aparências (samsara) e o nirvana; sua
tarefa é ensinar a ver (e realizar) o nirvana nas mais simples e modestas
manifestações da vida diária. Um mestre do Zen enumera da seguinte maneira os
dez passos sucessivos que constituem o trabalho de toda a vida de um partidário
do Zen:
1º o partidário do Zen deve crer que existe um ensinamento
(o Zen), transmitido fora da doutrina budista geral;
2º deve ter conhecimento definido desse ensino;
3º deve entender por que tanto o ser senciente quanto o não
senciente podem pregar o dharma (a lei do mundo);
4º deve ser capaz de ver a substância como se contemplasse
algo vivido e claro bem na palma de sua mão; o seu passo deve ser sempre
resoluto e firme;
5º deve ter "o olho do dharma";
6º deve trilhar "a senda dos pássaros" e "a
estrada do além" (ou "estrada do milagre");
7º deve saber desempenhar tanto um papel positivo quanto um
papel negativo no drama do Zen;
8º deve destruir iodos os ensinamentos heréticos e
enganadores e apontar para os justos;
9º deve conquistar grande força e flexibilidade;
10º deve participar da ação e praticar diferentes modos de
vida.
p.1209
NATURALISMO:
Considerado o agir,
em virtude e conformidade com a natureza.
RACIONALISMO:
Considerado o agir,
em conformidade com a razão, uma vida virtuosa
INSEPARABILIDADE – ÉTICA e POLÍTICA:
Considerada a conduta de uma pessoa
junto com os valores da sociedade.
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