UM DISPOSITIVO INTRIGANTE


UM DISPOSITIVO INTRIGANTE
Nascido italiano em 1860, filho de Antonio Meucci. Somente foi reconhecido pelo Congresso dos Estados Unidos da América em 2002, mediante resolução para esclarecer e acabar com uma dúvida de paternidade que gerou muitas estórias.
Questão introdutória: pergunte sobre isso numa avaliação de história da ciência e sua derivada tecnologia, e certamente, 90 % dos respondentes cometerão um erro.
Cresceu em alcance, diminuiu de tamanho, no momento voltou a ser de tamanho médio; se modificou bastante, hoje, em nada se parece – diria até que não preservou nenhum traço desde o nascimento, até o nome está perdendo da sua característica original; mas evoluiu e tomou conta do mundo.
Questão Um: histórica e cientificamente resolvida, chega de enganos.
As crianças desde a mais nova idade desejam ou muitos já o adotaram.
Questão Dois: onde esconderam as brincadeiras de crianças – rodas, bolinhas de gude, bonecas de pano (não as cibernéticas), mãe da rua, jogo de ‘bétis’?
Adolescentes andam nas ruas com o dispositivo na mão e com um audiofone nos ouvidos, maneando a cabeça em movimentos que se alternam para as laterais e para frente e para trás. Invariavelmente de cabeça baixa com o risco de colidir frontalmente com postes, árvores ou outros da mesma estirpe que venham em sentido contrário.
Alunos, antigamente iam para as escolas para estudar. Hoje, para comparar os últimos modelos, lançamentos, aplicativos e recursos. Nas salas de aulas, por mais importante ou decisivo (não ouso escrever interessante) que seja o assunto ou a abordagem, os dispositivos tomam contam.
Questão Três: As distrações alienam. Mas resolvem os problemas que temos de encarar, coisas que devemos aprender para tomar decisões sensatas e seguir adiante com a vida?
Os adultos, constituem um caso especial, intrigante. Sabe-se que o dispositivo foi originalmente criado com a maravilhosa intenção de aproximar as pessoas através do diálogo, facilitar as comunicações usando um recurso da natureza, ondas eletromagnéticas. Já diziam que de “boas intenções são pavimentadas as vias do inferno”. Cena 1: Um casal e dois filhos estão num restaurante para jantar, aparentemente em família. O senhor, está no seu dispositivo falando com outros senhores da empresa sobre negócios – que provavelmente estão num outro restaurante, não para uma aventura gastronômica familiar, mas para não descuidar dos negócios. A senhora, está no seu dispositivo trocando algumas mensagens de conteúdo banal com outras senhoras. O jovem, está verificando numa rede o que “está rolando”. A jovem, está numa outra rede curtindo as postagens de jovens conhecidas e igualmente, de outras jovens desconhecidas.
Questão Quatro: Para quê saíram juntos?
Questão Cinco: Qual a afinidade que temos com os humanos, se não for mediada pela tecnologia de comunicações?
Questão Final: Onde é que deixei meu celular?

Luiz Carlos Moreno é Pedagogo, Especialista em Educação, Filosofia e Recursos Humanos. Presidente da ARE – Academia Ribeirão-Pretana de Educação (2010-2018). Professor e coordenador universitário. Consultor em Desenvolvimento Humano.


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