PROFESSORES: ONDE ESTAMOS? O QUE QUEREMOS?
Vivemos um
momento / um mundo paradoxal... aqui, nesta aventura do pensamento, uma reflexão
sobre isso.
PARADOXO, é um pensamento que vai
contra a opinião, ou contra o pensamento, e isso, certamente, faz de cada um de
nós um paranoico, porque, num estado de PARANÓIA,
o paranoico, embora se creia perseguido (eles contra nós), muitas vezes é um
perseguidor, na medida em que nada basta, tiram tudo de nós, nunca nos oferecem
nada. Ignora a própria posição e conquistas, o que tem.
Assim, é
necessário definir uma POSIÇÃO, que
não se refere ao lugar em que nos encontramos (a localização física ou
espacial), mas certa maneira de ocupá-lo. Cumpre questionar: qual é minha
posição na vida, no mundo, na minha profissão?
Dessa reflexão,
sempre das reflexões, podemos alcançar a SABEDORIA,
que é o ideal de uma vida bem-sucedida – não por ter sido bem-sucedido na vida,
o que não passaria de carreirismo, mas pelo fato de a própria vida ter sido bem
sucedida.
Não espero que a
vida seja agradável – não é. Me contenta e me basta que já é bela.
Me permitindo
viver como SÁBIO, que é quem não
necessita, para ser feliz, de se mentir, nem de se iludir a si mesmo, nem de
querer cada vez mais, mesmo sem ter sorte – órfão da deusa da Fortuna.
O SÁBIO se basta com tudo; o IGNORANTE quer tomar, possuir, guardar,
enquanto o SÁBIO se contenta em
conhecer, regozijar-se, provar (sapere = saber, daí que vem sapiens = ter sabor),
enfim, aprecia a vida e não vive destilando amargor e amarguras.
O SÁBIO e o SANTO são vizinhos em montes separados (MARTIN HEIDEGGER, 1889-1976).
O SANTO, no cume da fé ou da moral.
O SÁBIO, no cume da ética.
Para
o filósofo alemão, nada em nossa era secular e de tecnologia pode ser tão ruim quanto
o pensamento
“calculador” superficial, que persegue o simples “querer” e não dá espaço
ao pensamento contemplativo.
O momento, nos
parece TRÁGICO, porque resistimos à
reconciliação, aos bons sentimentos, praticando um otimismo beato ou
choramingão.
A superação pode
estar em compreender que a VAIDADE, “Vaidade
das vaidades, tudo é vaidade” (Eclesiastes), quer dizer que tudo é vazio ou vão
(vanus): vazio, oco, sem substância,
que nada tem valor ou importância, salvo ilusórios, salvo fugazes. A felicidade
é passageira, assim como a infelicidade.
Enfim, professores,
nem sempre exercitamos a PRÁXIS –
atividade voluntária de utilizar as ferramentas conceituais e práticas que
dispomos.
PRÁXIS, ação em oposição a POÍESIS, uma criação ou produção, foi
diferenciada por Aristóteles, 384 a.C. – 322 a.C.
A vida, neste
caso, é uma PRÁXIS, de vez que viver
é criar sem obra. E o trabalho ou a arte, uma POÍESIS, a produção de nossas aulas, abordagens e seu resultado que
permanece externo = érgon. O trabalho só tem sentido a serviço da vida.
Por exemplo, AVALIAR: “Avaliar é criar... é sua
avaliação que faz tesouros e jóias de todas as coisas avaliadas”. (FRIEDRICH NIETZSCHE,
1844 – 1900, Zaratustra, I).
AVALIAR não é medir um valor que
preexistiria à avaliação; é medir o valor que se dá ao que se avalia ou cria
valor medindo-o. É mais expressar de alguma maneira ou forma o domínio de algum
tipo de conhecimento possível. A intenção de
ensinar e o compromisso ou o desejo de aprender: como podem ser demonstrados de
forma eficiente?
Mergulhados em
proposições teóricas, que frequentemente mais confundem do que ajudam, perdemos
o real significado e objetivo desta atividade, então só para resgatar:
§
Apreciar, estimar o merecimento; calcular,
computar; determinar a valia ou o valor; fazer idéia; reconhecer a grandeza, a
intensidade ou a força.
Penso que tendo
essa definição em mente, se descortinam amplas possibilidades.
No caso pessoal,
profissional chamamos de auto avaliação. É uma ferramenta para o crescimento.
LUIZ
CARLOS MORENO
Pedagogo.
Especialista em Educação. Filosofia e Recursos Humanos.
Professor
e coordenador no ensino técnico e superior.
Consultor em Desenvolvimento Humano. Membro da Academia Ribeirão-pretana
de Educação – ARE, cadeira 17. Presidente 2010-2018.
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