PASCAL E O JUNCO PENSANTE
PASCAL E O JUNCO PENSANTE
Nesses tempos de confinamento ou de reclusão
(março 2020), retomamos leituras e reflexões.
Me encanta ou me assusta, o que algumas mentes
privilegiadas pensaram, cujos resultados são atemporais.
Assim, observando comportamentos e noticiários,
recordo Pascal, mais precisamente as três primeiras linhas do aforismo 320...depois
ele descreve as vantagens de ser humano, que, efetivamente, muitos não levam em
conta, pelo menos pelos comportamentos que podemos observar.
320 (347 ) O homem não passa de um
junco, o mais fraco da natureza: mas é um junco pensante. Não é necessário que
o Universo inteiro se arme para esmagá-lo; um vapor, uma gota d’água basta
para terminar-lhe a vida. Mas, ainda que o Universo o esmagasse, o homem seria
superior àquilo que o mata, pois sabe que morre e conhece a vantagem que o
Universo tem sobre ele; o Universo ignora totalmente essas coisas.
E assim, toda a nossa dignidade consiste
no pensamento.
É a ele que devemos reportar-nos, e não
ao espaço e à duração, que seriamos incapazes de preencher. Esforcemo-nos,
pois, por bem pensar: eis aí o princípio da moral.
321
(348) Junco pensante. Não é do espaço que devo tirar a minha dignidade,
mas do governo do meu pensamento. Não possuirei mais se for proprietário de
terras: pelo espaço, o Universo me compreende e me engole como a um ponto; pelo
pensamento, eu o compreendo.
322(349) – O pensamento faz a grandeza do homem.
Fonte:
PASCAL, Blaisé. Pensamentos, 1670
Fonte:
PASCFonte:
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