SERES CONTRADITÓRIOS – COGITAÇÕES IMPERTINENTES
SERES
CONTRADITÓRIOS – COGITAÇÕES IMPERTINENTES
Ainda que se
considere toda a nossa convicção, convenção ou pretensão de que somos seres
normais, vivemos um momento anormal, caótico, desordenado. Aleatório, sujeito a
direções, interesses e direções que se, vislumbramos, não entendemos. O que se
denomina ‘complexidade’
Talvez os
estrategistas entendam o projeto, nem sempre as consequências.
Mas me preocupa
simplesmente o humano, ou alguns em especial.
Pensando sobre
esses seres amados queridos e tão necessários, algumas constatações foram
inevitáveis:
ABRAÇO -
A necessidade do abraço, a pele é nossa interface com o ambiente e com os seres
amados.
SILÊNCIO –
A necessidade de silêncio, de recolhimento, de retiro é frequentemente necessária,
mas não somos seres solitários.
PRESENÇA –
A necessidade da presença, que nem ilusoriamente ou com excesso de boa vontade
é suprida por fotografias, vídeos e vozes distantes, mesmo que em tempo real.
CONTRADIÇÕES –
Na infinitude da nossa solidão e dependência, sem nenhum constrangimento ou
pudor, reconhecemos as nossas contradições e, dolorosamente, a ausência dos
seres amados, que nada substitui ou compensa.
LIBAÇÕES
– A cerveja e o vinho são bons alentos e companheiros, mas pouco alegram a vida
sozinhos. Acompanhados, proporcionam um bem estar incalculável.
EDUCAÇÃO – “É a vida no
sentido dos grandes espíritos voltados para os grandes objetivos” conforme
definiu Friedrich Nietzsche (1844 – 1900) ou “A educação não é a preparação
para a vida; a educação é a própria vida”, conforme John Dewey (1859 – 1952).
Esqueçamos! Que se desenvolva em forma curvada para a frente e para baixo a
vértebra atlas que suporta o crânio, porque formaremos uma nova espécie de
‘homo servidor’ híbrido com smartphone e notebook enquanto não instalar um chip
nos seus cérebros. Formação, apenas para os serviços rotineiros e nada que
dignifique o ser humano. Voltamos às origens da transferência de informação.
TECNOLOGIA
– Essa que viabiliza inúmeras façanhas na vida humana, mas como eternizou
Charles Chaplin (1889 – 1977) “Não sois máquina! Homens é que sois! E com o
amor da humanidade em vossas almas!”, na obra O grande ditador, 1940. E
contraditoriamente, como um vício – que é o extremo oposto de uma virtude, nos
tornamos dependentes da tecnologia: medicamentos, máquinas e sistemas.
IMOBILIDADE
– O movimento nos caracteriza, no momento, não podemos caminhar, com adaptações
grotescas, podemos nos mexer no espaço que nos confina.
TRABALHO – O trabalho
mudou apenas de ambiente e vai se ampliar...E ficamos por compreender a
definição de Albert Einstein (1879 – 1955) “Espaço-Tempo”: “Um ponto, no
espaço-tempo, pode ser designado como um ‘acontecimento’. Cada acontecimento
tem quatro coordenadas (t, x, y, z) que dizem o local e a hora
em que ele ocorreu, ocorre ou ocorrerá”. Estamos fisicamente distantes...
estamos temporalmente perdidos... As conveniências políticas alteram os
calendários historicamente convencionados.
EMPREGO – O emprego como
conhecemos, um trabalho regulamentado por leis e normas que um ser humano
entrega para uma organização em troca de uma remuneração pontual e regular está
em extinção. Mas é discurso âncora, comum e repetitivo de qualquer candidato,
não importando a ideologia ou filiação partidária, que irá criar emprego para
todos (avalio que falta completar a expressão: para todos do entorno dele, o
que não inclui os eleitores). As remunerações são aviltadas e simultaneamente
os alimentos e medicamentos são elevados todos os dias, a cada compra.
ELEITORES – Votamos em
governantes que nos decepcionam e nos desorientam. Alguns não pensam, têm
espasmos ou curtos-circuitos mentais, verbais e atitudinais simplesmente
ditatoriais e estúpidos.
SAÚDE – Pagamos por
assistência médica direta e indiretamente durante toda a vida e quando
necessitamos, a burocracia nos põe de joelhos a implorar.
PACIÊNCIA TEM LIMITE - Está na hora dos noticiários
pararem de ensinar como lavar as mãos e usar máscaras e começarem a ensinar
como sobreviver sem trabalho e sem trabalhar. Esse será um grande feito!
Os mascarados que ‘lavam as mãos’ e simultaneamente enchem os bolsos, levam à risca os ensinamentos de Pôncio Pilatos, Governador da Judeia entre 26 e 36 d.C. É incrível que os atuais, 1984 anos depois praticam conforme a cartilha e com empenho os ensinamentos dele.
Os mascarados que ‘lavam as mãos’ e simultaneamente enchem os bolsos, levam à risca os ensinamentos de Pôncio Pilatos, Governador da Judeia entre 26 e 36 d.C. É incrível que os atuais, 1984 anos depois praticam conforme a cartilha e com empenho os ensinamentos dele.
ECONOMIA – A economia da
informação, eufemisticamente chamada ‘sociedade do conhecimento’, a rede
Starlink de Elon Musk está colocando em órbita mais de 7500 (sete mil e
quinhentos) satélites, além do que já estão em órbita. Teremos que descrever
para as futuras gerações o que é uma estrela. Elas continuarão lá, só que
invisíveis. E lembre-se, “somos poeira de estrelas”. Um extraterrestre já está
dizendo que a Lua será explorada economicamente. A natureza não tem o senso de
justiça, tem o senso de equilíbrio. Qualquer estudante de ensino médio pode
entender, se for minimamente aplicado ou interessado, que os movimentos dos
corpos celestes (Lua e Terra) são sincronizados, assim geram energia que afeta
o fluxo das marés, do plantio. Explorar o material lunar desequilibrará o peso
e a massa, portanto impactará o movimento... Se a Terra não sobreviver, não sei
o que farão com o resultado econômico financeiro da exploração.
No início era o caos (do grego
Kháos), abissal, escuro e ilimitado. De outra tradução, também do grego, Cháos,
significa “abrir-se”, “entreabrir-se” ou “semente”, daí veio a Terra. Ao caos
retornaremos. "O mundo se afirma por si também na sua uniformidade que
permanece a mesma no decurso dos anos, bendiz-se por si mesmo, porque é aquilo
que deve voltar eternamente, porque é o devir que não conhece saciedade nem
fadiga”. Friedrich Nietzsche (1844 – 1900)
Podemos, atônitos e impotentes
apenas esperar futuros acontecimentos? Na introdução ao I Ching – o livro das
mutações, Carl Gustav Jung escreve: “Frequentemente nossas relações dependem
quase que exclusivamente de nossas próprias atitudes, mesmo que não estejamos
conscientes desse fato. Assim sendo, se um indivíduo não tem consciência do seu
papel num relacionamento, poderá haver uma surpresa à sua espera, ao contrário
das expectativas, ele próprio pode aparecer como o agente principal...”
De resto, desejo lembrar que nada
no mundo ou na vida fazemos individualmente, sempre foi em cooperação direta ou
indireta com outros. Assim provoco a reflexão:
- O que é a vida agora, nessas
circunstâncias? Por que isso agora, para aprender? Aprender o que e para quê? E
se sobrevivermos, onde chegaremos? Com quem?
Minha expectativa é que
refletindo sobre essas questões, as aprendizagens nos permitam seguir com a
vida.
LUIZ CARLOS MORENO – COGITAÇÕES
IMPERTINENTES
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