TEMPO PRESENTE. HUMANOS AUSENTES
01 11 2020 - TEMPO PRESENTE. HUMANOS
AUSENTES
Reação, está registrado o vocábulo no
Dicionário Aurélio, 1984, é o ato ou efeito de reagir. Resposta a uma ação
qualquer, por meio de outra que tende a anular a precedente. Comportamento de
alguém em face de ameaça, agressão, provocação.
Reacionário, é relativo ou próprio da
reação, aferrado à autoridade constituída; contrário à liberdade, tirano,
despótico.
Assim, não sei dizer, de onde, qual a
origem ou contexto em que muita gente expressa o neologismo ‘reaça’.
Desinformação, descontextualização minha, reconheço. Antecipo porque poderão me
chamar de troglodita (do grego: troglodytes) – que mora numa caverna de
pedra, ou próximo das pedras, ou de ‘reaça’.
O qualificativo ‘milienal’ é
aplicado, com a autoridade da revista Time (maio, 2013) aos nascidos entre 1980
e 1990. Mas, tratamos também de outro neologismo, neste caso, derivado de
‘milênio’ observemos que sempre foi um termo empregado para designar a
referência temporal de um determinado milênio. Tudo nos leva a crer, na criação
de uma nova linguagem. Os 400 (quatrocentos) mil verbetes da língua Portuguesa
não dão conta de tanta modernidade!
É um pessoal, segundo o marketing,
pelo menos, dado à velocidade, à personalização. É a geração nascida junto com
a internet, alfabetizada tecnologicamente (nem tanto emocional e socialmente).
Pergunta típica: ‘como vocês viviam
antes da internet?”. A resposta é óbvia, vivíamos e bem, até porque vocês estão
aqui! Mas deixa para lá.
Daí, não é necessário muito esforço
para entender que não são dados ao raciocínio, à leitura e interpretação de vez
que estão a um ‘clique’ (outro neologismo) de qualquer informação. Mas
processar, contextualizar, aplicar – transformar em conhecimento - essa
informação tem sido um imenso problema.
“Na solidão de indivíduo desaprendi a linguagem com que os homens se comunicam”. CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (1902 – 1987) Trecho do poema Mundo Grande
Algumas pessoas vão a uma choperia e
antes de degustar o chope, tem de fotografar a tulipa ou a caneca e postar,
enviar para alguém. Penso, que se esse alguém é tão querido, tão importante
assim para se lembrar nesse momento, deveria convidar. Assim com o café, com o
vinho, com os petiscos e tudo o mais que junto com as pessoas que amamos torna
a vida mais agradável.
Tudo isso para pedir a compreensão
dos meus amigos. Esse tempo de contenção nos impingiu um sofrimento imenso, o
da distância, do isolamento... Mas ainda
prefiro a interação, a convivência, o abraço, o olhar no olhar.
Essas trocas de mensagens via
Facebook (aqui chamados de amigos tem pedir para ser aceito, adicionar),
Messenger, Instagram, Twitter (aqui seguidor, parece coisa de seita) , Watts
App, sinto muito, não tem nada de afeto, de energia, de prazer, de sorrisos, de
vibração, enfim, nada de humano!
Celebremos a vida, mas juntos!
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