O que é um curso ruim?
O que é um curso
ruim?
Por LUIZ CARLOS MORENO
Reflexão 1: “A paixão pelo curso
e pela profissão te farão gerar a energia necessária para realizar o que se
propuser a fazer.”
Reflexão 2: “Alunos que desejam
aprender precisam entender que a aula é muito maior e vai além do material
(gráficos, imagens e textos = recursos auxiliares de ensino aprendizagem)
utilizados naquele momento”.
Reflexão 3: “Diploma = conquista;
registro e reconhecimento de um esforço. Deveria ser instalado no cérebro, não
apenas no currículo e na parede. Conhecimento = é uma construção árdua da
vontade com a inteligência que se realiza durante a vida”.
Professores, quando nos
apresentamos para uma nova turma de alunos, com frequência vem a pergunta: você
trabalha também ou só dá aula?
Uma resposta educada, lembra que
ministrar uma aula não é uma atividade fácil de ser realizada. Muito antes de
entrar na sala de aula (física ou virtual) tem um árduo e longo processo:
estudo e formação; investigação e pesquisa; experimentação, vivência com o
conteúdo curricular; atualização constante; domínio de métodos e de técnicas; estética
e ética; respeito; identificação e respeito cultural; pensamento
crítico...aula! Dá um pouco de trabalho sim. O fato é que professores –
especialmente da rede privada - também exercem outras atividades em outras organizações
humanas. Então, trabalham muito, vivem e sabem do que estão tratando.
Já tive aluno que ‘assistia’ uma
aula remota no multimídia do veículo, segundo declaração dele, durante uma
viagem. Quando me informou, alertei: - você não deveria fazer isso, é perigoso!
- Mas eu não posso ter falta, foi a resposta. Fiquei pensando naquele dia, onde
estava a atenção. Já pensou numa possível justificativa: - sofri um acidente de
trânsito porque estava ‘assistindo’ uma aula?!
Hoje com o ensino híbrido, muitas
pessoas ligam suas telas, desligam o áudio, ou vice-versa. Muitas dessas
pessoas colocam crianças, cães e gatos para assistir a aula. Outras estão
fazendo as unhas, arrumando cabelos... A participação é ínfima. Num grupo de
35, 40 alunos, os diálogos e as interações ficam entre o professor e uns quatro
ou cinco. Postado um estudo de caso, poucos se interessam em ler, pesquisar e
trocar idéias sobre o tema. E ainda falam em aulas dinâmicas, cursos
participativos, métodos ativos...Aqui constata-se a diferença entre o falar e
fazer, o querer e realmente desejar obter.
Resultado: o curso é ruim na
avaliação dessas pessoas. Prefiro presencial! A questão é: se não tem
interesse, o ambiente fará diferença? A
maturidade nos ensina que sempre teremos nossas preferências: trabalhar na empresa B do que na A que estou;
ser melhor remunerado do que sou; ter um carro mais novo do que eu tenho; ser
mais bonito ou bonita do que sou...
Agravante: algumas pessoas
descontentes com o professor, com o curso, com a instituição, postam emotiva e irresponsavelmente
os maiores impropérios e agressões nas redes virtuais para desabafar, como se
essa conduta fosse resolver o seu problema. Nesse ímpeto ignorante são
incapazes de avaliar o problema jurídico que causam a si mesmos, por difamação,
calúnia ou danos morais.
A vida segue seu curso, quer
gostemos ou não, ambiente, disponibilidades, recursos e situações sempre mudam.
É o que temos. Um mínimo de sensatez nos impele a aproveitar o que temos. O
veículo é desconfortável, aproveite a viagem, afinal, você está indo para onde
escolheu.
Sugestão: antes de julgar
professor, curso, instituição faça uma auto avaliação:
- Faço escolhas refletidas e
acertadas na minha vida?
- Se erro, reflito sobre a causa
a aprendo ou procuro a responsabilidade ‘do lado de fora’?
- Escolhi um curso que sou eu,
tem a ver comigo, que vai pavimentar minha trajetória em direção aos meus
objetivos, que vai agregar aprendizado e crescimento pessoal e/ou profissional,
ou porque ‘me disseram que é top no momento’?
- O que eu quero na vida é diploma ou
aprendizado (comungar os dois, ótimo!);
- Li o contrato de prestação de
serviços educacionais, o que é pedido, quais requisitos, deveres, direitos,
obrigações institucionais ou só assinei?
Luiz Carlos Moreno – Professor de
Educação, Filosofia e Recursos Humanos
Comentários
Postar um comentário