ESPINOSA, Benedictus de (1632 – 1677) Filósofo holandês - ÉTICA - anotações de leitura

 ESPINOSA, Benedictus de (1632 – 1677). Ética. 3a. ed. - Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013

I] “Os desejos nascidos da alegria (amor, amizade, generosidade, benevolência, gratidão, etc.) são mais fortes porque aumentam nossa capacidade de agir e de conhecer, permitem o desenvolvimento humano, facilitam o encontro das pessoas.

Já os desejos nascidos da tristeza (inveja, ódio, medo, orgulho, ciúme, vingança, etc.) são mais fracos por impedirem o crescimento, corromperem as relações e se orientarem para as formas de exploração e destruição”.


 II] “A virtude da alma, no sentido primitivo de força, poder, consiste na atividade de pensar, conhecer. Portanto, a sua fraqueza é a ignorância.

Quando a alma se volta para si mesma e se reconhece capaz de produzir idéias, passa a uma perfeição maior e é, portanto, afetada pela alegria. Mas, se em alguma situação a alma não consegue entender, a descoberta de sua importância causa o sentimento de diminuição do ser, e portanto, provoca tristeza”.

 

III] “Somos autônomos quando o que acontece em nós é explicado pela nossa própria natureza, e não por causas externas”.


[...] por tristeza compreendemos o que diminui ou refreia a potência de pensar. Portanto, à medida que a mente se entristece, sua potência de pensar é diminuída ou refreada. Prop. 59, p. 235


Por firmeza compreendo o desejo pelo qual cada um se esforça por conservar seu ser, pelo exclusivo ditame da razão. Por generosidade, por sua vez, compreendo o desejo pelo qual cada um se esforça, pelo exclusivo ditame da razão, por ajudar os outros homens e para unir-se a eles pela amizade. Remeto, assim, à firmeza aquelas ações que têm por objetivo a exclusiva vantagem do agente, e à generosidade aquelas que têm por objetivo também a vantagem de um outro. Assim, a temperança, a sobriedade, e a coragem diante do perigo, etc., são espécies de firmeza, enquanto a modéstia, a clemência, etc., são espécies de generosidade. Prop. 59, p. 235 - 236

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