O CAMINHO DO MEIO - LOU MARINOFF - anotações de leitura

 MARINOFF, Lou. O caminho do meio. Rio de Janeiro: Record, 2008

 

O tao é um dos conceitos mais bonitos e profundos pensados pela mente humana e assim mesmo é, por definição, inexplicável em qualquer língua, e por muito tempo foi incompreensível para o ocidente. P.45 – 46


O taoismo é, essencialmente, uma visão metafísica secular do universo que leva a existência humana à harmonia em um processo natural. P. 50


CIVILIZAÇÃO ISLÂMICA:

Um deus, um profeta, um livro.

CIVILIZAÇÃO INDIANA:

Todos os deuses, todos os profetas, todos os livros. (Politeista).

CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL:

Qualquer deus, qualquer profeta, qualquer livro. (Livre escolha)

CIVILIZAÇÃO ORIENTAL:

Nenhum deus, nenhum profeta, nenhum livro.

p.51


O caminho é onipresente, apesar de invisível e indefinível. P.52


Um estado de ignorância não é um estado de inocência. P.54


Ninguém está mais isolado em lugar nenhum e também não há mais locais isolados. P. 55


A profissão de fé fervorosa e o exercício da indagação cética são complementares ao ser humano p.83 – filosofia budista


A felicidade não é um objetivo a ser buscado ou perseguido. Ao contrário, as pessoas que perseguem a felicidade terminam encontrando a infelicidade. A virtude e a excelência estão dentro de você, não fora. Sua realização brotará do cultivo desses atributos, não da perseguição da miragem da felicidade. P.85


Limpar sua casa e jogar o lixo fora também é um trabalho significativo, que pode ser feito mal ou bem, de maneira descuidada ou consciente. Uma pessoa virtuosa luta para fazê-lo bem e de maneira consciente.

A virtude não está no título do seu trabalho; ela está no bom desempe­nho dele. Em qualquer trabalho que empreenda, você deve lutar para faze - lo bem. E se tiver a sorte de amar o seu trabalho — ou seja, se o trabalho que faz utiliza e envolve seus talentos específicos —, então você não deixará de combinar excelência e virtude no desempenho de suas tarefas.

Encontro, no entanto, muitas pessoas, especialmente da civilização ocidental, que dizem “detestar” seus trabalhos. É um estado de coisas trá­gico. A vida, neste planeta, na forma humana, está amplamente consagra­da ao trabalho. A indolência e a preguiça afligem tanto os ricos quanto os pobres, assim como os membros da classe média, e tais hábitos sempre geram infelicidade. Desemprego forçado, que também aflige muitas pes­soas de vez em quando, causa infelicidade ainda maior, frequentemente acompanhada de depressão ou desespero. Por quê? Aristóteles diria que cada ser humano está aqui para realizar um propósito na vida, e que o propósito de cada um só pode ser realizado através do cultivo da excelên­cia individual dentro dos limites da orientação moral partilhada da pro­porção áurea. A descoberta e o cultivo de seu talento requerem trabalho. Da mesma maneira, navegar por canais virtuosos enquanto evitamos ex­tremos nocivos também requer trabalho. P.87


Muitas pessoas não dedicam tempo suficiente à contemplação(*) – seja devido a pressões, deveres, preguiça ou falta de interesse – e então suas ações neste mundo nem sempre são bem pensadas. P.91

·       (*) Contemplação: ideal de uma vida dedicada ao conhecimento


É o coração humano que serve de mediador entre nossos pensamentos e ações. P.91


ENTROPIA (física) segunda lei da termodinâmica, que conduz sistemas físicos – sejam amebas ou galáxias – de estados ordenados a estados crescentemente desordenados. É a energia não-recuperável que alguém tem que empregar para fazer alguma coisa, desde ferver água a administrar empresas.

É um desperdício cosmicamente obrigatório – 100% de garantia para tornar todos os processos menos do que 100% eficientes.

Na literatura de gestão isso ficou conhecido como uma das leis de Murphy: o que quer que possa dar errado, dará errado.

“É assim que o esquema das coisas funciona:

- As coisas boas são difíceis de obter.

- As coisas ruins são fáceis de conseguir”.

CONFÚCIO (551 a.C. – 479 a.C.). Analectos

p.130 – 131


“Sua bondade é determinada por sua vontade de ser bom e nada mais”.

P.132

 


“A mente política emburrecida e descontruída não pode sustentar por muito tempo as funções vitais do corpo político”. P. 158

 

“Quando desafiados por verdades demonstráveis que são contrárias às crenças dogmáticas, as pessoas cujo poder sobre as outras depende de falsidades parecem relutantes a abraçar a verdade; elas mais frequentemente tentam silenciar a verdade silenciando aquelas que dizem a verdade”. P. 164-165


Se as consequências de nossas ações intencionais amadurecessem em nossa consciência antes que as praticássemos, poderíamos deixar de fazer coisas perniciosas e conseguiríamos fazer mais coisas boas.p.171


LIÇÕES DO LÓTUS PARA OS SERES HUMANOS

“As emanações tóxicas da mente – como o ódio, a inveja, o perjúrio, a calúnia, a traição, o abuso, a opressão – podem ser transformadas em seus complementos: o amor, a gratidão, o elogio, a verdade, a confiança, o apoio, o desenvolvimento. Como transformamos venenos em remédios?”  p. 171


“O ódio é uma das três toxinas (as outras duas são a cobiça e a inveja) que envenenam a alma, endurecem o coração e desestabilizam o espírito”. P.201


“A condição perpétua das democracias é brigar incessantemente sobre assuntos internos e internacionais, e para que as facções em conflito se unam temporariamente (se é que o fazem), é preciso sempre que estejam diante de uma catástrofe comum e mesmo assim por um tempo bem curto. Entretanto, se brigas entre facções rivais não conseguem reconciliar-se através da visão compartilhada de um bem comum, então, a distribuição política normal se quebre e o sistema político torna-se polarizado. Este é um estado de coisas fragmentado e indesejável. Quando a luz do bem comum falhar, os espectros ocultos do mal comum estarão à espreita, com suas sombras se alongando, e vão assombrar a noite escura que se aproxima da alma dividida da nação”.p.206


“Empreguemos o método usado por Cícero, em Roma, e John Stuart Mill, na Inglaterra: descobrir verdades que nos unem em vez de meias-verdades que nos dividem”.p.214


 

“Os seres humanos podem e devem ser guiados e encorajados a se comportar com uma consciência mais plena de sua humanidade. P.320


“Parece que os seres humanos acham

a SATISFAÇÃO DIFÍCIL

e a INSATISFAÇÃO FÁCIL”.

p.342


“Apesar de suas advertências, o rebanho humano raramente é capaz de desvendar enganos até que seja tarde demais, e mesmo pessoas muito inteligentes ficam à sua mercê”.

MARINOFF, Lou. O CAMINHO DO MEIO. Rio de Janeiro: Record, 2008

P.322


 

É através do desenvolvimento cognitivo que progredimos de um nível de consciência ao outro – ou é pela ausência dele que deixamos de progredir.p.370


A educação inicial obtida, aproximadamente, durante os primeiros sete anos constrói um alicerce cognitivo para o aprendizado humano. Se o alicerce for profundo e forte, ele poderá sustentar um edifício alto mais tarde. O mesmo não acontecerá se for superficial e fraco.

Cada uma das primeiras três tradições cognitivas – a oral, a escrita e a visual – oferece um tipo diferente de alicerce. A mais forte dessas três tradições é a escrita; a segunda mais forte é a oral; a mais fraca é a visual. A tradição digital incorpora todas as três e aumenta seus respectivos pontos fortes e fracos muitas vezes. P. 371


Os computadores também acrescentaram novas dimensões à luta perene pelo poder entre o homem e a máquina. É você que comanda o seu computador ou é o seu computador que comanda você? O seu computador é uma ferramenta digital multifuncional que serve aos seus fins humanos? Ou será que é você que é uma ferramenta humana multifuncional que serve como um nó em uma rede digital? Atualmente, todos nós somos uma combinação de mestre e de escravo, oscilando entre o comando de nossos dispositivos digitais e sendo comandados por eles. P.397


A maioria das pessoas não nasce nem como gênios, nem são desafiadas cognitivamente. Começamos todos, de um modo geral, a atingir nosso potencial – quando atingimos, através da educação formal, ou então não conseguimos sequer começar a pensar no assunto quando tal educação nos falta.

P.410


Ninguém pode ofender você contra a sua vontade.

Se alguém o xinga, ou simplesmente expressa uma opinião com a qual você não concorda, você não foi lesado de forma alguma. Alguém proferiu uma ofensa contra você, e é sua responsabilidade aceita-la, ou recusá-la, ou ignorá-la.

E você, entretanto, tiver sido ideologicamente condicionado a                      

sentir-se ofendido cada vez que ouvir uma certa palavra ou frase, ou ver um certo gesto ou símbolo; e se você tiver sido condicionado a buscar compensação ou retribuição todas as vezes que se sentir ofendido por um sistema que roubou sua individualidade e humanidade e transformou-o em uma vítima coletiva – aí então você viverá em um e estado de sofrimento perpétuo, sempre culpando os outros e nunca mobilizando seu poder individual para se tornar um ser humano completo. P.452


 

“Quem odeia está sempre errado em odiar”.P.514


 

“A paciência é uma virtude que (como todas as virtudes) exige exercício e prática constante”.p. 518


“A paciência e a capacidade de aprendizado possuem um denominador comum: a atenção. Para aprender, devemos prestar atenção concentrada, por horas a fio.

Para ser paciente, devemos permanecer atentos, mas sem pressa,por um tempo ainda mais longo – às vezes anos e décadas”. MARINOFF, Lou. O caminho do meio. Rio de Janeiro: Record, 2008. p.517 – 518


Se o monumental amor próprio (ego) do homem não for temperado com suficiente dose de compaixão, então os homens que sofrem podem causar muito estrago nos outros, multiplicando os sofrimentos dos outros, mas nunca diminuindo, e sim aumentando o seu próprio sofrimento. P.526


“A prática filosófica dá poder

às pessoas e as ajuda a mobilizar seus recursos internos”.

MARINOFF, Lou. O caminho do meio. Rio de Janeiro: Record, 2008. p.533


Todo sofrimento humano surge de nossos desejos ilusórios e dos apegos malsãos que eles, invariavelmente, geram: os produtos de um ego cego, um coração egoísta e uma mente gananciosa. P.647 – 648

A medida do nosso valor como seres humanos não é quão bem servimos a nós mesmos, mas o quão bem servimos aos outros. P.652


Aristóteles via a realização individual como uma condição necessária de harmonia social.

Confúcio via a harmonia social como uma condição necessária da realização individual.

Essas posições não são contrárias e sim complementares. P.653


 

Seja aristotélico em seu compromisso incansável com o aperfeiçoamento de sua mente.

Seja budista em seu magnânimo esforço para aprofundar seu coração.

Seja confuciano em sua devoção generosa a servir o próximo.

Você tem a chave preciosa para o aperfeiçoamento da condição humana; você dispõe de poderes incríveis para fazer a diferença para o bem. P.653

MARINOFF, Lou. O caminho do meio. Rio de Janeiro: Record, 2008

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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